quinta-feira, 6 de maio de 2010

Depoimento

Ana Júlia não seria candidata a governadora se não fosse a intervenção direta de Jader Barbalho a Lula: Mario Cardoso era o candidato a governador do PT.

A governadora deve ao PMDB a sua eleição, como a sua indicação como candidata.

Deve também a José Priante, que sacrificou a sua eleição de deputado federal, para impedir, como candidato a governador, que Almir Gabriel ganhasse em primeiro turno.

A governadora, e o núcleo do governo, composto por janízaros enfatiotados que acham que eleições de governadores são ganhas pela cor da gravata que os enforca, esqueceram esta engenharia: concluíram que sozinhos colocaram o ovo em pé.

Os espaços políticos prometidos ao PMDB foram entregues pela metade e confundidos com empregos: o PT acha que faz alianças nomeando assessores especiais.

Em uma tradução oficial do que foi o episódio do mensalão, a janotada do Palácio dos Despachos quer comprar apoio com pagamento de salários: usam o Diário Oficial para viabilizar a sua mesquinhez política.

O PT do Pará não conseguiu se comportar como governo: ainda pensa que está fazendo piquetes e continua a acreditar na dicotomia estruturalista da luta do proletariado.

A esquizofrenia é uma constante neste governo: eles creem que estão fazendo o melhor "como nunca antes na historia deste Estado", sem intuir que são tudo aquilo que há de pior.

Hoje, na Assembleia Legislativa, a deputada Bernadete Ten Caten, eminência parda do INCRA de Marabá, e que investiu contra a governadora quando esta lhe tentou tirar os úberes da autarquia, deu uma amostra grátis da mentalidade medieval do PT.

A deputada acha que o PT é o suserano e o PMDB o vassalo que se deve quedar às imposições do rei, porque este lhe permite morar dentro dos muros do feudo.

Deitou-nos ao rosto 300 empregos no governo, distribuídos em duas autarquias, COHAB e COSANPA, além da Junta Comercial do Pará e o DETRAN.

Esqueceram os celomados que lhe entregaram a cola que o PMDB é bem maior que estes empregos e que, todos eles, estão a disposição do PT: não nos interessa empregos e não vamos nos submeter aos caprichos incautos do desleixo político do governo por um punhado de contracheques.

O PMDB votou, unanimemente, em R$ 1,9 bilhão de pedidos de autorização de empréstimos ao governo. Como resolvemos dar um freio de arrumação ao disparate e chamar o governo à responsabilidade, colocam-se a cuspir no prato onde sempre têm comido: acham que ser coerente é se comportar conforme as incoerências de um governo que já acabou antes de ter dito a que veio.

Colocou ainda, a deputada do INCRA, que o governo apoiou o PMDB à presidência da Assembleia: o fez no primeiro mandato do deputado Juvenil na Casa.

No segundo, o governo conspirou contra o PMDB até a undécima hora: o galo já cantava, na madrugada do dia da eleição, quando a governadora, constatando que não conseguiria nos vencer, resolveu capitular.

O governo, naquilo que se comprometeu com o PMDB, deve o que deu e tomou de volta, e deve aquilo que prometeu e nunca deu: o PMDB nada deve a este governo.

O meu desejo, portanto, é que se comande o PMDB contra o governo, pois esta é a nossa vontade e a vontade da maioria do povo paraense.

O mais humilde dos peemedebistas deste Pará será grande ao empunhar a nossa bandeira.

Haveremos de marchar de encontro a quem pensa que nos pode subjugar: rufemos os tambores, meus caros peemedebistas de todo o Pará!

Gritemos não a este governo: que eles amarguem o fel da sua própria insolência e afundem no lodo da sua própria hipocrisia.
Dep.Parsifal

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